Em Portugal começam a ser conhecidas finalmente as chamadas Aldeias do Xisto, tentativa louvável de recuperação de uma herança que corria o risco de se vir a perder, sobretudo depois de tantos e tantos anos de atentados à estética, à qualidade de vida e ao património histórico de todos nós, aos quais as entidades competentes não são alheias...
In http://www.memoriaportuguesa.com menciona-se:
" São 24 as Aldeias do Xisto distribuídas pela Região Centro, num território de enorme beleza que oferece experiências únicas.
Encante-se com estas 24 aldeias tradicionais, escondidas entre serras
de vegetação frondosa e as suas casas feitas de xisto, a rocha mais
abundante na região. As várias tonalidades desta pedra, também usada nos
pavimentos das ruas estreitas e sinuosas, misturam-se de forma perfeita
nas cores da paisagem natural.
Xisto
Xisto é o nome genérico de vários tipos de rochas metamórficas
facilmente identificáveis por serem fortemente laminadas. Em linguagem
popular, em Portugal é também conhecida por "lousa" (e, por extensão,
designa-se como "terra lousinha" aos solos com base xistosa).
A argila metamorfizada, devido ao aumento de pressão e temperatura
(metamorfismo), torna-se primeiro um folhelho e em seguida, ao continuar
o metamorfismo, passa a ardósia, que vira filito, que finalmente passa a
xisto. Ou seja, a sequência de formação é argila - folhelho - ardósia -
xisto - gnaisse.
from apintogz photos
from apintogz photos
O xisto e a arquitectura
A arquitectura das aldeias serranas tem como principal elemento o
xisto, predominante na geologia da serra. Na construção das casas é
ligado por argamassas de argila ou simplesmente apoiado por
sobreposição, sendo esta última técnica frequente no caso dos currais,
espaços para guarda de animais. Para a estrutura das coberturas é
utilizada madeira de castanho e pinho revestida depois com colmo e
lagetas de xisto, mais recentemente com telha de canudo. As portas,
janelas e soalhos do piso superior são igualmente construídos em
madeira. Este piso era amplo e escuro, com bancos compridos e uma
lareira cujo calor era aproveitado para secar a castanha disposta num
tecto falso de ripas de madeira – o “caniço”. Geralmente as construções
estão intimamente ligadas ao acidentado do terreno que lhes serve de
suporte, apresentando um ou dois pisos e muitas vezes sobrepondo-se
entre si. Criam-se assim formas irregulares que lhe conferem uma imagem
singular pela sua diversidade e riqueza. Era costume encontrar à porta
das casas entre uma e três pedras em bico que serviam para afastar o
mal.
..."