2.3.12

Ainda sobre o xisto ...

Em Portugal começam a ser conhecidas finalmente as chamadas Aldeias do Xisto, tentativa  louvável de recuperação de uma herança que corria o risco de se vir a perder, sobretudo depois de tantos e tantos anos de atentados à estética, à qualidade de vida e ao património histórico de todos nós, aos quais as entidades competentes não são alheias...

In http://www.memoriaportuguesa.com  menciona-se:
 
" São 24 as Aldeias do Xisto distribuídas pela Região Centro, num território de enorme beleza que oferece experiências únicas.
Encante-se com estas 24 aldeias tradicionais, escondidas entre serras de vegetação frondosa e as suas casas feitas de xisto, a rocha mais abundante na região. As várias tonalidades desta pedra, também usada nos pavimentos das ruas estreitas e sinuosas, misturam-se de forma perfeita nas cores da paisagem natural.

Xisto

Xisto é o nome genérico de vários tipos de rochas metamórficas facilmente identificáveis por serem fortemente laminadas. Em linguagem popular, em Portugal é também conhecida por "lousa" (e, por extensão, designa-se como "terra lousinha" aos solos com base xistosa).
A argila metamorfizada, devido ao aumento de pressão e temperatura (metamorfismo), torna-se primeiro um folhelho e em seguida, ao continuar o metamorfismo, passa a ardósia, que vira filito, que finalmente passa a xisto. Ou seja, a sequência de formação é argila - folhelho - ardósia - xisto - gnaisse.


    from apintogz photos

O xisto e a arquitectura

A arquitectura das aldeias serranas tem como principal elemento o xisto, predominante na geologia da serra. Na construção das casas é ligado por argamassas de argila ou simplesmente apoiado por sobreposição, sendo esta última técnica frequente no caso dos currais, espaços para guarda de animais. Para a estrutura das coberturas é utilizada madeira de castanho e pinho revestida depois com colmo e lagetas de xisto, mais recentemente com telha de canudo. As portas, janelas e soalhos do piso superior são igualmente construídos em madeira. Este piso era amplo e escuro, com bancos compridos e uma lareira cujo calor era aproveitado para secar a castanha disposta num tecto falso de ripas de madeira – o “caniço”. Geralmente as construções estão intimamente ligadas ao acidentado do terreno que lhes serve de suporte, apresentando um ou dois pisos e muitas vezes sobrepondo-se entre si. Criam-se assim formas irregulares que lhe conferem uma imagem singular pela sua diversidade e riqueza. Era costume encontrar à porta das casas entre uma e três pedras em bico que serviam para afastar o mal.
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